VITOR CAZÉ - Um Pouco Mais de Nossos Artistas XXVIII

Hoje eu tenho a satisfação e o orgulho de apresentar a vocês um artista simplesmente fantástico. 
Sou suspeita pra falar, porque ele começou em nossa vida (minha e de Hadib) como instrutor, daí nos tornamos fãs, depois pupilos, e a partir daí surgiu uma relação de amizade e admiração mútua que muito nos alegra e nos deixa saudades.
Com vocês, o músico VITOR CAZÉ!
1º Bloco - SEU INÍCIO NA MÚSICA

1.1) Uma perguntinha q já deve estar batida, mas é inevitável, rsrs. Como você começou? Na percussão ou em outra modalidade de música e como a percussão árabe entrou na sua vida?
Aos 7 anos de idade comecei a fazer capoeira na escola. Com 9 anos era graduado no grupo Senzala e já tocava pandeiro, atabaque e berimbau – muito bem. Desde então meu contato com a música brasileira só aumentou. Depois, com 14 anos comecei com a bateria, e no mesmo momento começaram os estudos da música. A partir deste momento eu deixava de ser um tocador “de ouvido”, para me tornar um estudante das partituras e articulações musicais.


A percussão árabe veio pra minha vida através de um amigo chamado Rodrigo Araújo, que na época – 1999 – começou a estudar violino e se interessava muito nas escalas árabes. Então ele e sua esposa na época me apresentaram a DARABUKA (ou derbake). Segui por mais de um ano tentando “tirar som daquilo”, mas agora consigo entender melhor como esse processo funciona.

2.1) Quais foram as suas maiores dificuldades no início, sejam de aprender um determinado instrumento ou ritmo, financeiras ou quais?
A maior dificuldade naquela época , com certeza era conseguir comprar um bom instrumento aqui no Brasil. O valor era ilusório, pois o instrumento aqui custava quase 100 vezes mais do que nos países de origem. Não havia uma importadora que comercializasse aqui. Algumas casas de produtos árabes em SP faziam o trabalho de revenda de algumas derbakes de modo rarefeito, e sem comprovação de origem ou garantia. Depois de comprar um instrumento cuja origem não me foi comprovada, eu tive o segundo maior problema que foi a aquisição de peles. Pois a que veio no instrumento não tinha um bom som (Nessa época, eu já tinha experiência com instrumentos de qualidade – baterias, pandeiros, enfim...). Começava então minha “saga” atrás de peles para repor no instrumento.
Para que não achem um exagero, entendam isso como o mesmo processos de um violão que precisa ter cordas boas e novas para poder soar bem!


Depois disso, dificuldade era encontrar outros que tocavam aquele instrumento na forma árabe. Pois muito amigos meus percussionistas o utilizavam como mais um acessório percussivo.

Alejo-Luthier, Edson Hafik, Vitor Cazé
3.1) Você teve alguém em especial pra se inspirar nos tempos de aprendizado? Quem foi?
Me inspirava em artistas consagrados, como Hossam Ramzy, Setrak Serkassian... Até que conheci um libanês que veio pro Brasil acompanhar uma bailarina na década de 80 e ficou por aqui. Ele tocava muito bem, porém já não trabalhava mais com música profissionalmente. Desde nosso primeiro contato, desenvolvemos uma admiração mútua. Pra mim ele era o “Mestre” que eu desejava, e pra ele eu era a renovação e continuidade daquela técnica de tocar. O nome dele é Saad Mohamed.

4.1) Quando foi o seu momento "É AGORA!" de profissionalização, apresentações públicas, etc.?
.Ah... esse momento foi acontecendo. Depois de 2 anos pesquisando e trabalhando repertório, eu e o violinista – Rodrigo Araújo – conseguimos montar um DUO para interpretar canções tradicionais. Assim, nos apresentamos em pequenas festas e comemorações de espaço de dança, pequenos eventos culturais, e bares / restaurantes típicos da culinária árabe.


Mas com certeza, o momento decisivo foi fazer o teste pra trabalhar no elenco musical da novela “O CLONE”, conhecer a grande bailarina e produtora Claudia Cenci; e participar do processo de gravação das cenas e algumas trilhas sonoras. Isso foi um novo “start” . 


2º Bloco - SEU MOMENTO ATUAL

1.2) É complicado às vezes te perguntar algo, haja vista vc ser nosso professor e amigo, bem como termos conversado, mas pude observar que vc embasou todo o seu trabalho sobre a percussão e que suas influências artisticas vão além dos ritmos árabes, passando pelo universo cigano. Como foi essa transição (se é que houve alguma) e como vc coloca isso numa improvisação, por exemplo? Dá pra fazer uma "fusão" ou você é tradicionalista quanto a sua música?.Na verdade tenho como base maior a música popular. Sou um fanático pelas manifestações artísticas (ou não) populares de toda parte do mundo. Não tenho nenhuma identificação com o erudito, apesar de apreciar e me emocionar muito com várias obras. Porém; a música que componho e reconheço como minha, tem olhos e ouvidos voltados para o popular.
O que acontece com o “universo cigano” (fantástica essa expressão!), é uma identificação com a tradição oral do conhecimento da música e os estilos que habitam a região do Mar Mediterrâneo.
Não houve transição, pois desde o início tudo que me envolvia eram grupos e artistas da chamada World Music, cujas influências gipsys, ciganas, tziganes eram a base dessa proposta musical.
***Para deixar claro. Sem sombra de dúvida, muitos ainda tem uma visão rasa do termo “cigano”. É normal encontrar pessoas que se refiram a estes como um povo ou etnia, enfim...Eu quero que pensem na CULTURA. Pois assim podemos nos libertar dos limites de cor da tez, religiosidade, fronteiras territoriais, até mesmo danças, ritmos, instrumentos musicais e vestuário. Neste caso devemos considerar as práticas nômades ou a vida em comunidade autônoma, valores sociais independentes, história social preservada através da oralidade; linguagem artística genuína e particular, vinculada ou não ao aspecto religioso; Exploração mercantil de produtos artesanais e/ou de utilidade pública, além de suvinirs e etc. Assim começamos a entender como ocorreu a grande fertilização cultural na região do Mediterrâneo, e posteriormente na Europa e nas Américas.
Lona Cultural Hermeto Pascoal - Bangú / RJ - 15/11/2009

Sempre fui tradicionalista, porém nunca preconceituoso. Sou um experimentardor também. Me deixo levar ao sabor do vento pra criar meus solos, meu repertório, enfim... Mas, meu olhar crítico vê na maioria das criações que se intitulam FUSION (aqui no Brasil) existe uma divergência entre música, dança, vestuário e estilo. Não quero limitar o artista ou a inventividade de ninguém, mas estamos vivendo no séc. XXI, nosso país é multiétnico e nosso regime político permite uma vida de equidade. Não entendo por que alguns ainda se limitam a copiar estilos internacionais, de artistas internacionais, com qualidade e preparação duvidosas.
Tudo que toco e interpreto, é fruto de preparação, experiência, formação, pesquisa, bom senso, e trabalho...muito trabalho, horas de ensaio. Sobretudo, independente do resultado atingido, existe a minha avaliação sobre mim mesmo.
Todos envolvidos no mercado de arte devem avaliar sua contribuição. Sou muito avesso aos trabalhos sem conteúdo artístico ou social, sem propósito positivo e falta de originalidade.

Vitor e Hadib Raziya- Workshop de Ritmos Espaço Balady
2.2) Eu te conheci através de nossa amiga em comum, a Dani Fernandes, e também pude observar que seu trabalho vai além das apresentações públicas, como o seu trabalho social no Paraná. Fale um pouco desse trabalho e quando sobra tempo pro Vitor o que ele gosta de fazer nessas horas vagas?
.Tive a oportunidade de compartilhar junto com minha mulher Ane Beatriz – professora de educação física e educação especial (pessoas com deficiência), dançarina e pesquisadora do folclore brasileiro – um trabalho de educação artística e mostra cultural com base nas manifestações folclóricas dos estados do Sul e Sudeste da Brasil. A proposta do projeto era conhecer a forma como as pessoas com deficiência interpretavam os folguedos e vivenciavam o mesmo espaço com outras sem deficiência. Foi super valioso para todo mundo, um trabalho que teve poucas pessoas envolvidas mas com muita troca e doação.
. O Vitor gosta de viver cada momento, tenho muito prazer pelas coisas que faço, mas é claro, de tudo, o que mais me apraz é ficar em casa com as minhas meninas.


2.3) Vc teve um trabalho muito especial com uma pessoa muito especial, a (linda) Claudia Cenci. Fale um pouco sobre ela e esse trabalho? Como ele nasceu? .Realmente poucas pessoas no mundo conseguem reunir as qualidades que ela tem: inteligência, coragem, espertize, beleza, simpatia e talento. É justo falar que ao lado de uma grande mulher, tem sempre um grande homem, então quando conheci Claudia, tive a sorte de conhecer Luciano Galliani, artista, músico, dançarino, excelente pessoa apesar de ser argentino (rs). Fiz várias apresentações como derbakista no período que ela esteve no RJ por causa da produção da novela. Compartilhamos muitas conversas... eu era muito jovem (19 anos) e observava muito a forma como lidava com situações profissionais, tentava atender e cooperar com as propostas artísticas. Formamos uma amizade que se desenvolveu ao longo do trabalho e hoje mantemos contato via redes sociais e encontros esporádicos em suas visitas ao Brasil.

2.4) Atualmente o que te realiza mais na Música?.Tocar ao vivo. Adoro me apresentar e manter aquele contato furtivo com a plateia. 

 Bloco - PROJEÇÕES DE FUTURO1.3) Qual o seu maior sonho pessoal e o maior sonho profissional? .Bem, sonhos são por natureza intangíveis (rs). Mas tentarei me concentrar em algo possível de acontecer.
Pessoalmente, meus sonhos estão a cerca da minha família não exatamente de mim. Quero viver para ter minha mulher e minha filha cada dia mais felizes e realizadas, construir uma casa que possa reunir muito amigos e honrar sempre o amor que meus amados têm por mim.
Profissionalmente, quero formalizar meu trabalho junto com a agpercusion, quero gravar o melhor disco do ano no estilo world music, quero realizar um concerto internacional num evento para 100 mil pessoas.
Tá bom, né?

2.3) Quais os seus projetos pra um futuro a curto, médio e longo prazo?
.Curto prazo, estou preparando uma outra produção sonora (CD) para aulas de ritmos, estou desenvolvendo outros instrumentos junto a agpercusion...Médio prazo, tem uma orquestra de música cigana com 15 músicos na qual estamos trabalhando a alguns meses , acho que até o final do ano estaremos nos apresentando pelo RJ-SP.
Longo prazo, é mais difícil, pois tenho projetos que esperam incentivos grandes, como uma rádio e um curso regular de percussão e ritmos afro-brasileiros.
3.3) Faz parte de seus planos partir pra mostrar seu trabalho no exterior, como muitos outros profissionais brasileiros?
.Não exatamente partir... Tenho alguns amigos que já moram fora do Brasil, mas não é esse meu estilo de vida. Penso em trabalhar e fazer contatos para participar de algum evento, ou atividade com data de ida e de volta (rs). Não me encanta viver em outro lugar que não seja o Brasil.


4.3) Vc tem planos pra nos brindar com mais Shows no Rio, ou outro evento em especial?. Minha agenda é muito dinâmica. Fica difícil divulgar tudo e até preparar uma agenda com todas as atividades. Estarei no RJ em setembro no ARAB da atlântica, e em outubro na Lona Cultural de Realengo. Esses trabalhos são com percussão árabe e flamenca.
Petrópolis - RJ




4º Bloco - POLÊMICAS1.4) Defina VITOR CAZÉ por Vitor e Vice-Versa.
Vitor Cazé - Músico, percussionista popular, adora ritmos, vozes e trabalho em conjunto. Por um lado decepcionou a mãe que queria que o mesmo se formasse em engenharia e seguisse a carreira militar, e superou as expectativas da mesma mãe quando sua música foi eleita como tema do II Congresso Internacional de Jovens – 2000 em SP.
O Vitor, é quase a mesma coisa só que mais bonito! (rs)


2.4) Como você vê o clima muitas vezes competitivo, tão comum no meio da artístico em geral e como você procura se manter distante de tudo isso?
.Vejo a competição de forma natural, leal e consistente, muito sadia. Estou sempre competindo e meu principal “adversário” sou eu mesmo. Sinto uma pressão coletiva das pessoas da atualidade artistas ou não, em ter SUCESSO. Porém elas não sustentam seus anseios. Ora querem lilás depois roxo, aí vem o laranjado e todas querem ser laranjado...Dentro desse quadro, o sucesso delas é tal qual a velocidade sua troca de opinião.
Não tenho pressa nos meus resultados, me dedico ao crescimento de minhas habilidades e ideias. Vivo de arte, o que é difícil dentro de nossa sociedade brasileira. Temos poucas escolas de formação artística no Brasil, temos um grande problema na distribuição e incentivo ao produto artístico nacional; todos competimos pelo mesmo espaço e nos engolimos como se realmente o mundo fosse explodir em 2012.


Me mantenho distante, procurando pessoas com perspectivas alternativas, que dividem trabalhos, espaços, conhecimentos e até mesmo os lucros...Permaneço leal aos princípios da minha formação pessoal e não me relaciono o mínimo possível com pessoas confusas. 
Rodrigo Assumpção, Youssef, Hayal e Vitor Cazé
3.4) Como você interpreta tanto como músico quanto como espectador, os selos e padrões que são oferecidos no mercado? Ajuda ou é apenas uma prova de títulos a mais?
.Os Selos de qualidade certificam um tipo de representação artísticas. Seu valor tem o peso de quem lhe oferta não de quem o recebe. Isso serve pra qualquer profissional, artista ou não. Quem recebe um selo, tem o dever de honrá-lo, já quem oferta é responsável por aquilo que está avaliando.
Na minha experiência como músico, observo nesses selos e padrões uma forma de quantificar e reproduzir pessoas formadas numa determinada escola ou por uma professora. Isso é bom, tem um baita lógica.

Agora o lado ruim desta história é a banalização do ensino de dança. Cada vez temos mais pessoas se dizendo profissionais de dança, com péssima preparação pro cargo, pessoas que tem pouca ou nenhuma experiência com o mercado da arte. O que está ocasionando isso? Quem está emitindo os padrões de qualidade sabe disso? Que tipo de certificado ou curso você fez que te dá segurança pra ensinar? Em duas ou três horas de aula coletiva você tem certeza de que está apto a reproduzir uma técnica ou estilo? Quantas horas você se dedica diariamente ao estilo que você escolheu? Quem está te ensinando tem que formação ou experiência?

O que mais ajuda é ter certeza do que quer. Se você está feliz com o que está fazendo, você é capaz de produzir felicidade. Quando as pessoas não estão felizes perto de você, quando você alvo de olhares de espanto e cochichos, das duas, uma; ou você está no lugar errado ou você está fazendo alguma coisa muito fora do padrão de entendimento daquelas pessoas.



4.4) Se você pudesse mudar alguma coisa no mundo da Dança e da Música, qualquer coisa, o q seria e porquê?
.Mudaria tanta coisa :)
Mas acho que o que mais me deixa frustrado, se é que eu tenho direito de me sentir assim, é que na atualidade a arte tenta ser tão veloz como a interatividade. A forma como o modismo influencia a arte, transformando qualquer coisa em produto de prateleira.
Acima de tudo, a arte – dança ou música – é sublime. O motivo pelo qual devemos contemplá-la é o próprio significado dela. Não há necessidade de estilismo para se escolher uma atividade artística.
Uma nação na sua historia (de derrota ou vitória – antiga ou recente) tem traços culturais genuínos. Mesmo uma nação colonizada conserva durante muito séculos a memória cultural daquela miscigenação. Celebrando os seus prazeres e comungando seus ócios.
Então, não se deixe levar pelas regras da moda. Viva seu estilo, não perca tempo tentando fazer imitar outros. Procure seus pares genuínos.


PRA ENCERRAR: Deixe uma mensagem pra quem está começando, seja na Dança ou na Música, pra quem está perseverando correndo atrás desse sonho e pras pessoas que estão se preparando pra profissionalização. 
Lona Cultural Hermeto Pascoal - RJ
.Minha mensagem é a mesma pra todos.
"Seja o seu próprio espelho”
Se tiver que se comparar com alguém, se compare consigo mesmo. Se você não sabe por onde começar, comece por você. Se você quer fazer alguém feliz com sua dança, sinta-se feliz com ela primeiro. E assim por diante!

Muito Obrigado!


HOMENAGEM PÓSTUMA
A MAFIA DA DANÇA DO VENTRE, em uníssono com nosso músico Vitor Cazé, mui respeitosamente dedica essa entrevista a uma pessoa que foi muito importante na vida de nosso entrevistado, a Srª MARA LUCIA SARAIVA TAGUA, que faleceu recente à realização de nossa entrevista, que foi feita em agosto.

Segundo palavras de Vitor "Ela foi muito importante pra mim desde que vim morar no Paraná, e me acolheu como uma mãe. (...) deixou suas filhas STEPHANYE e JANINE, e sua neta PIETRA LUNA como descendentes; ainda deixou saudosos vários amigos, inclusive eu.".

Em nome de toda a comunidade da MAFIA DA DANÇA DO VENTRE, desejamos que a família e entes queridos superem essa perda que muito entristece o espírito de todos, na certeza de que a Srª Mara ocupa hoje não só as lembranças dos que ficaram, mas também um espaço luminoso ao lado dos anjos do Senhor, e que suas vidas sejam repletas de venturas e sucesso, tal como com certeza sempre foi e É o desejo da Srª Mara.

MUITA LUZ, PAZ E PROSPERIDADE A FAMÍLIA E AMIGOS!


Comentários

Haiyat Raziya disse…
Tá fazendo muita falta essa pessoa na nossa vida. Suas aulas são muito dinâmicas e cativantes, desde a sua didática até as nossas conversas diversas.
Vitor é o tipo de pessoa q vc nunca eskece, um amigo fiel e devotado. Vcs não tem noção do quanto ele viajava de 15 em 15 dias pra dar aula de música pra gente aki no meio do mato, kkkk!!!
Vitinho, vc pode estar longe fisicamente, mas mora dentro do nosso coração.
Q DEUS ABENÇOE A VC E SUA FAMÍLIA LINDA!
=) Gabi Sadira disse…
Ah professor... Vitor Cazé e td bom, excelente professor e faz questão de tirar qlqr dúvida seja ela qnt tempo demore p. explicar.
Tive o prazer de te-lo como um dos meeus mestres no Grupo Oásis Danças - RJ. Com certeza seus ensinamentos estão e estarão mto bem arquivados.
Parabéns pelo blog, estou virando seguidora de vcs.
Prof sorte e luz sempre..!!!
bjin d fada