Hoje iremos conhecer um pouco mais de Adriana Bele Fusco
1. A quanto tempo você dança? Quem foram/foi suas professoras? Suas maiores inspirações?
Faz 34 anos que danço. Comecei aos 5 anos com o ballet clássico. Me formei em ballet, jazz, contemporâneo e moderno em 1989. Em 1993, me formei em Educação Física e neste ínterim lecionava os estilos de dança em que era formada, enquanto estudava outros estilos de danças, como flamenco, danças de salão, hip hop, dança do ventre, enfim experimentava e estudava por um tempo todas as danças que surgiam em minha vida. Até que optei por me dedicar ao flamenco, onde lecionei por 11 maravilhosos anos. Antes de completar estes 11 anos, voltei a estudar a dança do ventre, onde estou até hoje. Apesar de nunca ter deixado de estudar, praticar e amar todas as outras danças.
2. O que te levou a escolher isso?
A sede de aprendizado, de conhecer e experimentar todas as formas de danças e arte. Nasci com a vontade de dançar e ela perdura até hoje.
3. Quando você descobriu que essa seria sua vocação?
Nunca parei para me dar conta se eu teria vocação ou não. Simplesmente fui escolhendo a dança na qual iria me aprofundar de acordo com que a fase da minha vida condizia e meu corpo se adequava melhor.
4. Como bailarina,como você vê a dança no Brasil?
Um poço de talentos que apenas precisam ser descobertos e que o governo precisa incentivar e criar mais facilidades. Infelizmente mesmo que nossos desejos sejam imensos, esbarramos em dificuldades. Normalmente são financeiras. Isto é lastimável porque a dança, seja ela qual for, tem o poder de mudar a vida de uma pessoa, e por conseqüência o mundo ao seu redor.
5. Como você vê esse aumento nas apresentações masculinas? Tanto no folclore qto na DV?
Acho normal. Como tudo na vida, ela se desenvolve, se adapta às mudanças do dia-a-dia. Os preconceitos estão cada vez menores. Todos temos a aprender com cada um, independente de sexo, religião, forma de dançar e viver. As pessoas não são obrigadas a gostar de todo mundo ou de alguém específico, até porque gosto não se discute, mas penso que mesmo nas pessoas que você não se identifica, é possível aprender alguma coisa. nem que seja aquilo o que você não quer fazer. Isto já é aprendizado e devemos agradecer às pessoas que nos proporcionam isso. Graças à Deus, não gostamos de tudo, porque se não todos estariam dançando igual!
6. Como você definiria A Adriana dançarina e a Adriana pessoa?
Nossa, completamente diferente rs. A Adriana dançarina é puro amor, transformação, entrega. Um amor inexplicável, que faz com que ao entrar em cena eu me transforme naquilo que a “determinada” dança e música pedem. De tal maneira que por muitas vezes não consigo me lembrar do que fiz em cena. Sempre mostrando uma segurança descomunal, que não me pergunte de onde ela vem rsrs, mas aparece sem que eu a chame. A Adriana pessoa, é sensível, fechada, suuuuper envergonada, acredite se quiser. Sempre fui muito introvertida, desde a infância. Na escola meus pais sempre eram chamados para conversar porque a reclamação era que eu não falava com ninguém, vivia em meu mundo. Na verdade quem começou a abrir mais meu mundo foi meu marido Roger. Até então há 10 anos atrás, minha expressão diária combinava muito bem com o flamenco rsrs e não gostava muito de dançar Sevillanas porque tinha que sorrir. Esta foi uma das grandes mudanças que a Dança do Ventre fez em minha vida. Eu passei a gostar de sorrir e a gostar mais de Sevillanas rsrs. Muitas pessoas ainda acham que sou brava, mas não sou NÃO!!!! O que sou, é exigente. Primo pela qualidade, responsabilidade, organização e fico “doida” da vida quando algo não acontece assim. Eu admito, não sou uma pessoa fácil de lidar, mas quem é? rsrs. Pode ser um pouco mais ou menos, mas totalmente acho que é impossível.
7. Falando um pouco de você, qual sua comida preferida, time de futebol,um filme, uma música,um momento marcante, um sonho realizado, um sonho a ser realizado.
Puxa vida, comida... adoro comer! Isso é péssimo, eu sei, mas inevitável para mim que trabalho com o corpo. Estou sempre nos regimes diversos da vida. Eu adoro experimentar comidas típicas de países e regiões. Definitivamente NÃO GOSTO DE FUTEBOL. Eu aprendi a aceitar que o Roger assista ou ouça futebol, mas nestes momentos eu aciono o botãozinho off na minha cabeça e fico pensando em qualquer outra coisa. ou seja utilizo estes momentos para praticar meditação, criar coreografias, programar os meus dias, etc. Aiii música, é realmente complicado, eu gosto de muitas e de muitos estilos. Mas a que mais me marcou foi a música “SHE” do filme Um Lugar chamado Nothing Hill, porque foi a música que entrei vestida de noiva no meu casamento.
8. O que vc acha de selos e padrões? O que eles influem realmente? O que ele trazem de bom e o que trazem de ruim? No seu ponto de vista como vc vê a realização dele?
Na verdade acredito que a existência deles tem uma grande importância em fazer com que a pessoa se dedique, estude e corra atrás de desenvolvimento e aprendizado. Com certeza você ter um objetivo a ser alcançado, faz com que a pessoa evolua muito em pouco tempo. Eu particularmente não sou a favor de padrões. Penso que as pessoas devem ser diferentes umas das outras. Claro que influências são inevitáveis. Mas acho importante as pessoas passarem por avaliações assim, como conhecimento. Tudo é válido. Depois disso a pessoa decide o que ela absorverá para sua dança. Não posso opinar quanto à realização deles, porque a partir do momento que existe um padrão especificado pelo(a) organizador(a), a maneira de realização fará referência ao mesmo.
9. O que pra vc tem de pior no mundo da dança?E o tem de melhor?
De pior, eu acho que as picuinhas, as fofocas e o desrespeito. De melhor, as pessoas que gostam de união, que se ajudam, que vêem na dança uma maneira de fazermos o bem à todos.
10. Já teve momentos em que você quis desistir de tudo? E o que fazer nessa hora?
Sim, claro! Todo mundo passa por estas fases. Quem diz que não passou, pode aguardar que ainda vai passar rsrs. Procuro respeitar minha individualidade, minhas vontades, curtindo as pessoas que amo. Seria como se eu parasse para respirar profundamente e acumular forças para continuar.
11. Como vc define seu estilo? O que você tem de melhor...seu ponto forte!
É bem complicado definir meu estilo. Aliás estas foram palavras de Jillina. E minha explicação posso dizer que vem de mim e dela também. Sou uma pessoa que estudei e muito vários estilos de danças, então com o tempo acabei criando um estilo próprio. Mas é claro que existem maneiras de dançar que são inspiradas em outras pessoas também. Não sou um E.T. rsrs, sou igual à todo mundo, passo pelas mesmas ou parecidas fases. De melhor dançando eu penso que é a expressão, a facilidade de me expressar através dos movimentos.
12.O seu evento tomou proporções gigantescas, como vc lida com isso agora? Tendo família e filhos, como conciliar tudo isso?
Sabe que eu não planejei como faria, simplesmente o dia-a dia foi acontecendo. Por isso que não gosto de padronizar os eventos. Sempre achei que eles devem ser de acordo com que o Universo prepara para nós. Como tenho muita Fé, sempre acredito que tudo adéqua-se para o que precisamos. Mesmo viajando, organizando eventos, procuro manter minhas filhas próximas, nem que seja por telefone (algumas vezes ao dia) ou por web cam no msn ou levando-as junto. Graças à Deus posso contar com meus pais que viveram de arte (em especial a música), então eles compreendem bem a situação e auxiliam muito nisso. Outra coisa muito importante é que o Roger me apóia mais que 100% no que faço e ele está sempre comigo. Não tem como ele reclamar qualquer coisa, por exemplo, com relação à casa rsrs, porque ele vê como acontecem as coisas. melhor ainda ele vive comigo os acontecimentos. O que fazemos, é nos unirmos cada vez mais. Em uma hora arrumamos o apartamento todo, ele faz metade e eu a outra metade, assim gastamos menos tempo e já ensinamos às crianças as responsabilidades domésticas e de união.
13. O que te motivou a criar o grupo DSA? E o que vc espera alcançar com ele?
Sempre tive o sonho de ter uma Cia profissional, mesmo antes de mergulhar na dança do ventre. Mas deixei o tempo me mostrar o momento certo. As coisas simplesmente foram acontecendo. O que eu espero alcançar? Acho que posso resumir em algumas palavras: reconhecimento e respeito para comigo, união entre as pessoas e valorização e respeito pela dança como arte em geral.
14.Que conselho você daria a quem está começando agora?
Que procure excelentes profissionais, que realmente se dedicaram à dança, investiram nela, para que tenha um resultado maravilhoso e esperado pela mesma. Que tenha a mente aberta para conhecer de tudo um pouco, porque é fato que conhecimento aumenta a segurança da pessoa e vem a agregar muito em sua própria dança. Que respeite à todas as pessoas porque o ser humano é único e jamais encontrarão alguém igual à outro e todos tem algo a ensinar. Que tenha paciência para subir degrau por degrau do aprendizado, porque se quiser subir de dois em dois, uma hora acaba tropeçando rsrs e nem sequer saberá oque pulou. Que deixe o tempo mostrar a evolução na dança. Não adianta ficar pensando muito: “ não quero dar aula, quero só relaxar ou eu quero ser professora o que faço agora?” Vale mais a pena viver e aproveitar ao máximo o momento presente. Tenha sede de aprendizado, mas não fique obcecada. Existem muitas coisas lindas na vida para apreciar e experimentar. Se não existe um ser humano igual ao outro, por que ser “Xerox” de uma dançarina? Na minha opinião as pessoas devem ser autênticas, únicas. Nada mais prazeroso do que ser você mesma, independente se os outros vão gostar ou não. Vale aquele ditado (desculpem-me se me equivocar na escrita): “Se nem Jesus agradou à todos, quem dirá eu?”. Ah outra coisa importante, não permitam que a escolha religiosa seja um obstáculo para se relacionar com outras pessoas que fazem a mesma coisa que você. Já vi muito disso e realmente não tem nada a ver.
Sites:
www.belefusco.com.brwww.dancerssouthamerica.com
Vídeos:
Adriana Bele Fusco - Vídeo nº 6
Adriana Bele Fusco - Show RJ - vídeo 1 (Março/2009)
Adriana Bele Fusco - Grendale (CA-USA)
Adriana Bele Fusco - ensaio em Los Angeles (CA-USA)
Essa foi nossa entrevista com Adriana Bele Fusco espero que tenham gostado e aprendido um pouco mais!
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